Em 3 de junho de 2025, a NVIDIA supera a Microsoft no ranking mundial de valor de mercado, atingindo notáveis US$ 3,444 trilhões — ligeiramente acima da Microsoft, que está avaliada em US$ 3,441 trilhões.
Esse momento representa não apenas um feito financeiro, mas também um marco simbólico na transição da tecnologia, em que a inteligência artificial ganha protagonismo sobre o software tradicional.
Panorama financeiro e desempenho de mercado
Segundo o Investopedia, a Nvidia registrou receita de US$ 44,06 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — um salto extraordinário de 69% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Além disso, como enfatiza a plataforma Data Center Dynamics, 86% desse faturamento provém de chips destinados a data centers, exibindo um impressionante aumento de 427% em comparação ao ano anterior.
Assim, essas informações refletem como a Nvidia está à frente da denominada “era da IA” na indústria de semicondutores.
O que levou a Nvidia à liderança?
1. Domínio no mercado de GPUs para IA
De acordo com o relatório da AI Business, a Nvidia controla cerca de 80% de participação no mercado de aceleradores de IA usados em data centers — equipamentos cruciais para treinar e implantar modelos sofisticados, como o GPT-4 desenvolvido pela OpenAI. Isso, por conseguinte, reforça seu papel dominante na infraestrutura da inteligência artificial.
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O economista Samy Dana analisa os fatores que impulsionaram a valorização histórica da Nvidia e discute seu protagonismo no mercado global de tecnologia.
2. Explosão da demanda por inferência de IA
Durante a BofA Global Technology Conference, Ian Buck, vice‑presidente sênior da Nvidia, afirmou que a “demanda por inferência explodiu” devido ao crescimento dos modelos de reasoning, os quais “adds so much more value” e exigem centenas de vezes mais poder computacional. Essa declaração, publicada pela plataforma moomoo, reforça o papel da Nvidia ao fornecer chips especializados para a nova geração de soluções de IA
3. Reconhecimento de analistas
A corretora Jefferies, por sua vez, destacou a Nvidia em sua seleção “Franchise Picks”, considerando-a uma referência em aceleradores de inteligência artificial para grandes provedores de nuvem, conforme relatado pelo Barron’s. Esse reconhecimento do mercado financeiro apenas solidifica ainda mais sua posição estratégica.
4. Adesão global de nuvem e IA corporativa
Além disso, segundo TechBlog (via texto do Bank of America) estimasse que a adoção de IA em data centers das grandes nuvens pode crescer 50% ao ano, beneficiando diretamente fornecedores como a Nvidia. Isso significa que o cenário global está cada vez mais favorável à expansão do portfólio da empresa.
A reação do mercado e o desempenho dos rivais
A escalada das ações da Nvidia teve reflexos em todo o setor. Enquanto a Nvidia supera Microsoft no ranking, outras empresas como AMD, Broadcom e Micron também registraram altas, segundo dados da Yahoo Finance. Entretanto, embora a Nvidia esteja agora avaliada em US$ 3,444 trilhões, ela ainda não voltou ao recorde de US$ 3,66 trilhões alcançados em janeiro de 2025.
Riscos geopolíticos à frente
Embora o crescimento seja significativo, a notável ascensão da Nvidia encontra desafios – especialmente devido a restrições na exportação de chips para a China. O Wall Street Journal destaca que o CEO Jensen Huang alertou sobre os impactos dessa medida, afirmando que pode prejudicar tanto o crescimento da empresa quanto a inovação no setor.
Ainda assim, a empresa projeta crescimento de 32% ao ano, comparado a cerca de 15% nos negócios da Microsoft — uma diferença significativa.
Indicadores econômicos e métricas do setor
| Métrica | Valor (junho 2025) |
| Valor de mercado da Nvidia | US$ 3,444 trilhões (versus US$ 3,441 trilhões da Microsoft) |
| Receita 1T | US$ 44,06 bilhões (+69% A/A) |
| Mídia de receita por IA | 86% da receita de data centers |
| Participação de mercado de IA | 80% dos aceleradores de IA em data centers |
| Projeção de crescimento (Nvidia) | +32% anual, segundo Wall Street Journal |
| Projeção de crescimento (Microsoft | +15% ao ano, segundo Wall Street Journal |
Significado da mudança para a Microsoft
Embora a Microsoft continue a ter uma avaliação alta, aproveitando o crescimento através do Azure, soluções empresariais e parcerias com a OpenAI, sua situação técnica ainda é atrelada à Nvidia.
Isso indica que a companhia terá, portanto, que investir em sua própria tecnologia de silício ou estabelecer parcerias estratégicas para preservar sua competitividade.
De maneira similar, a OpenAI ainda conta com os processadores da Nvidia para seus modelos mais avançados, o que reforça a dependência do setor em relação à empresa.
Reflexo nas tendências globais de tecnologia
A virada no ranking mostra, de fato, uma mudança de paradigma tecnológica. Conforme análise da Al Jazeera, estamos testemunhando “a transição do controle da tecnologia das mãos do software para o hardware de IA”.
Já o The Guardian (via FT Podcast, Tech Tonic) ressalta como a preferência dos investidores está inserindo o setor de semicondutores no centro da atenção global. Isso demonstra como a transformação vai além do mercado acionário — influenciando estratégias nacionais e a geopolítica da inovação.
Perspectivas e planos futuros da Nvidia
Conforme relatado pela Reuters, a Nvidia tem planos de ampliar suas operações com novos investimentos. Entre eles, destacam-se colaborações com fabricantes como Foxconn e Wistron, além de aprimorar sua computação de alto desempenho com a arquitetura Blackwell e as placas gráficas GeForce RTX 50.
Esses desenvolvimentos mostram, por fim, a empresa além de líder de mercado — como protagonista na próxima geração de tecnologia computacional.
Conclusão: mais que uma vitória, uma reviravolta
Quando a Nvidia supera Microsoft, essa não é apenas uma mudança no ranking financeiro — representa, sobretudo, o início de uma nova era em que o hardware de IA se torna essencial para todo o setor de tecnologia. Embora enfrente incertezas geopolíticas, seu desempenho coloca a companhia em posição de liderança para definir o futuro da infraestrutura tecnológica.
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